É o Choque-Rei da Picuinha, pelo jeito, não terá seu apito final durante os festejos da virada do ano.
Aliás, isso remonta a muitas décadas. Pelo menos, desde os anos 40, quando Palmeiras e São Paulo dividiram o principal título em disputa na época, o Campeonato Paulista (para os paulistas, claro).
O Palmeiras foi campeão em 40 e 42, o tri intercalado pela última conquista do Corinthians antes dos dez anos de fila.
Em 43, dizia-se que era cara ou coroa – Palmeiras ou Corinthians. E, o São Paulo? Só se a moeda caísse em pé. Caiu, detonando a partir daí uma disputa particular entre verdes e tricolores.
Em 44, o Palmeiras retomou o cetro para devolvê-lo ao São Paulo em 45/46. O ano de 47 foi verde, mas o bi seguinte seria tricolor (48/49).
Nessa brincadeira, o Palmeiras acabou evitando o único título que não consta na gloriosa história tricolor – o de tricampeão paulista, conquistas que Corinthians, Palmeiras e Santos têm em dobro ou mais.
Aliás, o Palmeiras viria a jogar água no chope do virtual tri são-paulino décadas depois, em 1972.
Mas, voltando aos anos 40, em plena Guerra Mundial, a competição entre ambos extrapolou os gramados da bola. O São Paulo, clube sem campo, lançou olho gordo sobre o Parque Antárctica, a joia da coroa do Palestra Itália. E, na onda de ataque da mídia aos representantes do Eixo na cidade, comandada por Paulo Machado de Carvalho em suas emissoras de rádio, acabou forçando o Palestra a virar Palmeiras.
E., logo na estreia do Palmeiras, num Choque-Rei eletrizado, o Verdão deu um sacode no Tricolor em jogo inacabado.

Em seguida, o São Paulo investiu sobre outra agremiação, desta vez, de origem alemã. E aqui quero me penitenciar de um erro que cometo desde a infância: não foi sobre o Germânia, atual Pinheiros, não. Foi sobre a Associação Alemã de Esportes (Deutscher Sport Club, no original), que ostentava como símbolo uma águia, um dos signos da Alemanha Nazista, dona do campinho do Canindé, hoje pertencente à Portuguesa, depois da reconstrução do estádio na década de 70.
Quem me corrige é o jovem, talentoso e querido amigo Celso Campos Jr., autor, entre outros, do livro definitivo sobre outro velho e saudoso chapa, gênio do samba paulista e do humor universal – Adonirã Barbosa.
Em um primor de edição da Realejo, 1942 O Palestra vai à guerra, conta essa saga, retraçada a partir de extensa e profunda pesquisa sobre os escritos da época.
Indispensável nas estantes de livro não só do palestrino dedicado, mas, sobretudo, a qualquer um que goste de futebol e cultive suas histórias.
Hoje, a picuinha desenrola-se no campo das contratações.
Ah, o Palmeiras quer Thiago Mendes, então o São Paulo vai lá e contrata o jogador. Pois bem: se o São Paulo já acertou com Wesley e o quer para a Libertadores, embora esteja sob contrato do Palmeiras, tó, procê, que o Verdão não o libera.
E assim vai. Até o fim dos tempos.
Criado por voces da imprensa, o palmeiras nem pensa nestes babis, e o presidente do são paulo que tem alguma coisa mau resolvida com o nobre, xo..
Prezado Helena
Bom dia !
Alguns jornalistas tem tratado o assunto como se fosse uma sabotagem do Palmeiras em não liberar este pipoqueiro para o São Paulo.
Poís bem, quem foi sabotado ????? e teve um prejuizo de aprox 21 milhões de reais foi o Palmeiras, e honestamente 500 mil não faz diferença. Portanto cumpra-se o contrato, não é assim que tratam ??? porque liberar, o São Paulo vive fazendo isso, o tempo todo.