Cruzeiro e Atlético, os dois mineiros de tão magnífica presença no Brasileirão, começam nesta noite de quarta-feira a caminhada decisiva em direção ao título da Copa do Brasil, cujo resultado, inclusive, pode influenciar na luta pelo Brasileirão, mais adiante.

Sim, porque são dois rivais históricos que dividem a paróquia de Minas ao meio e cujos confrontos têm repercussões que vão além do simples resultado da hora. Não é, por exemplo, mera coincidência que a instabilidade da Raposa no Brasileirão, onde liderava folgadamente até então, se acelerasse depois da derrota para o Galo.

Mas, ambos, por enquanto, têm de passar antes por Santos e Flamengo, o que não é tarefa muito fácil, não.

O Flamengo que o Galo enfrenta no Maracanã, teve um surto de progresso evidente desde a volta de Luxemburgo ao Ninho do Urubu. Sua torcida, no Maracanã, sempre representou uma força extra, quase sobrenatural, para o comportamento do time em campo. Este, por sua vez, está determinado a dar um brilho ao opaco desempenho no temporada, chegando à Libertadores pela via Copa do Brasil. Além do que, Luxa já avisou para a turma se cuidar com os contragolpes velozes do Galo, puxados por Guilherme, Tardelli e Luan, de hábito.

Traduzindo: o Fla vai jogar cheio de dedos, o que representará um obstáculo a mais para o adversário.

Assim como irá o Peixe ao Mineirão para tentar tirar a Raposa da toca e meter-lhe dois ou três contra-ataques fatais, com Robinho, Gabigol e Rildo, talvez, todos atacantes velozes, pautados pelos passes exatos de Lucas Lima, que volta à equipe.

O Cruzeiro, obviamente, é mais time do que o Santos. Ou, pelo menos, um time mais bem estruturado em todas as suas linhas. E altamente perigoso  no ataque, com a dupla Everton Ribeiro e Ricardo Goulart trabalhando para Marcelo Moreno tocar à redes a bola final.

Mas, o Cruzeiro não me parece no pleno domínio de seus nervos, um dos fatores primordiais de sua campanha espetacular desde o ano passado.

O que deve estar passando pela cabeça dos azuis? Algo assim: puxa, chegamos tão longe na temporada, e, de repente, a gente pode perder tudo (leia-se o título, que é o mínimo para aquele considerado, com razão, o melhor do Brasil).

Essas dúvidas, em geral, acabam se refletindo no passe errado ou na finalização defeituosa justamente a que se desenhava mais fácil, início da bola de neve cujo tamanho final é imprevisível.

Mas, no rigor da análise técnica, abstraindo-se todos os demais fatores, Cruzeiro e Galo são os favoritos para a disputa final.