O São Paulo joga hoje, quinta e domingo. E, se o amigo pensa que descansa na semana que vem está inteiramente enganado, pois a maratona continua. Isso porque o Tricolor teve o mérito de ser o único time brasileiro a se classificar para as quartas de final da Copa Sul-Americana, o que, neste nosso mal engendrado calendário, passou a ser um castigo.
O gargalo, só não vê quem não quer, é o tempo excessivo destinado aos campeonatos estaduais, pelo menos para os clubes dos grandes centros, sobretudo, São Paulo e Rio, já que Minas, por exemplo, equacionou um pouquinho melhor essa questão, e aí estão Cruzeiro e Galo em situações privilegiadas tanto no Brasileirão quanto na Copa do Brasil. Ambos, porém, estão pagando um preço alto por esses feitos, obrigados a disputar o Brasileirão com muitos reservas, um dos fatores das oscilações recentes da Raposa.
Um amigo, o Alexandre, aqui embaixo, sugere que não se acabe com os estaduais, mas, sim, que os participantes do Brasileirão entrem no torneio apenas na fase decisiva.
Pois, era assim nos últimos tempos da gestão Farah na FPF, e os resultados foram altamente positivos para os clubes paulistas no Brasileirão. Acontece que Del Nero, ao sucedê-lo, deu cem passos atrás, retornando à bagunça de antes – um campeonato com longa fase de classificação, que só desgasta os grandes, sem tempo de pré-temporada adequada, enfastia o torcedor e distribui prejuízos pra todo lado, além de servir para derrubar técnicos.
E por quê? Porque os pequenos, o maior colégio eleitoral da Federação, querem por que querem jogar contra os grandes quantas vezes for possível, quando, na verdade, a grande solução para eles é livrarem-se dessa dependência dos grandes. E brigar para cada qual atuar na sua mesma faixa de grandeza, o ano todo, em várias séries de um Brasileirão mais abrangente e racional, como é no mundo todo e como propõe o Bom Senso FC cuja voz se perde no deserto.
Futebol profissional não é filantropia, bandeira de justiça social ou coisa do gênero. É um baita negócio que movimenta paixões e fortunas incalculáveis. É a lei básica da seleção natural, sob a qual só avançam os mais aptos.
Não há lugar pra pieguice ou nobres sentimentos, mesmo porque não é isso que move nossos cartolas. O que os move é a compulsão para suprir suas imensas vaidades e suas bolsas sem fundo, não sejamos ingênuos.
E quem paga o pedágio são os grandes, o futebol brasileiro como um todo, e, sobretudo, o torcedor, fruto desse darwinismo às avessas.
Falou e disse! Helena Junior para presidente da CBF. Comentário perfeito. Sua visão no mundo do futebol é de uma grandeza singular.,parabéns.