
Corinthians e Palmeiras perderam pelo mesmo placar – 1 a 0 – nos jogos de ida das oitavas de final da Copa do Brasil.
Mas, há algumas diferenças. A principal é que, enquanto o Timão enfrentava um time da Segunda Divisão, o Bragantino, com quase trinta mil fiéis na Arena Pantanal, em Cuiabá, o Palmeiras pegava o forte Galo, num Pacaembu à meia-boca.
Ah, mas o Bragantino já havia eliminado o São Paulo, num dos maiores vexames da história tricolor, ainda outro dia. É verdade. Por isso mesmo, o Corinthians entrou em campo pisando em ovos, olhando para todos os lados, com os os cuidados que o caso exigia.
Talvez, demais, pois passou o primeiro tempo todo mais preocupado em impedir o adversário de jogar do que em arriscar-se um pouco mais em busca da vantagem no placar. Melhor para o Massa, que segurou as pontas até aquele disparo fatal de Sandro, o melhor em campo, lá do meio da rua, que Cássio não alcançou apesar de toda a sua altura, logo aos 11 minutos do segundo tempo.
Só a partir daí, e com as mudanças efetuadas por Mano – as entradas de Romarinho, Jadson e Romero -, foi que o Timão avançou suas linhas e passou a dar um aperto na defesa do Braga, meteu bola na trave e tal e cousa e lousa e maripousa.
Já o Palmeiras, no seu primeiro dia de cem anos, entrou em campo sem alguns titulares, embora seja difícil dizer quem o é nesse time que já teve trinta e oito formações diferentes em quarenta e um jogos. Ao contrário do Galo, que veio completo, dominou a bola e os espaços a maior parte do tempo, mas esbarrou no goleiro Fábio, que praticou, por baixo, três milagres. E só foi alcançar a vitória num peixinho de Luan – sempre ele! -, em cruzamento de Maicosuel, aos 25 da etapa final.
Ah, sim, há a história do pênalti perdido por Henrique. Pra começo de conversa, confesso que não achei faltosa a jogada em que o juiz marcou pênalti, apenas uma disputa de bola, corpo a corpo. Além do mais, houve, sim, invasão na primeira cobrança, convertida por Henrique. Se a turma estivesse ligada, aquele gol poderia mudar o curso do jogo. Um pouco, diria, pois o Atlético, tecnicamente, é superior ao Verdão.
Pior foi o Flamengo, que, no Couto Pereira, levou de 3 a 0 do Coritiba, o que pode quebrar o encanto lançado sobre o time com a chegada de Luxemburgo e a rápida escapada da zona da morte do Brasileirão.
E assim caminha a Copa do Brasil – uma surpresa a cada rodada.
Surpresa? Surpresa mesmo seria o Santa Rita aprontar pra cima do Cruzeiro. Mas, pode tirar o cavalinho da chuva que ali, na Toca da Raposa, o buraco é mais embaixo. E, mesmo sem seus dois principais jogadores – o rei das assistências, Everton Ribeiro, e o artilheiro do Brasileirão, Ricardo Goulart -, o Cruzeiro meteu 5 a 0 no Santinha. Placar modesto, diga-se, diante do volume de chances criadas pela Raposa, que atirou três bolas nas traves, teve um gol mal anulado pelo juiz e fez a fama do até então anônimo goleiro Jefferson, autor de cinco defesas providenciais.
Surpresa mesmo seria ver os demais times brasileiros imitando esse Cruzeiro de Marcelo Oliveira. Isso, sim, seria uma bela surpresa neste modorrento futebol brasileiro.