A melhor participação da história do Brasil em Jogos Olímpicos aconteceu em Tóquio, 2021, com a conquista de sete ouros, seis pratas e oito bronzes. Com a chegada da Olimpíada de Paris, uma das perguntas que mais tem sido feita é se o país tem condições de ultrapassar a marca obtida três anos antes. E a resposta é sim! É fácil? Claro que não! Mas o fato de duas das três primeiras medalhas conquistadas serem de heróis “improváveis” fazem a esperança aumentar.
Para as competições deste sábado, todas as atenções estavam voltadas para Rayssa Leal e ela cumpriu a parte dela ao ganhar o bronze no skate street feminino. É verdade que gostaríamos de ver a “Fadinha” no lugar mais alto do pódio. Mas dá pra reclamar de alguém que, aos 16 anos, já tem duas medalhas olímpicas?
As surpresas vieram no judô, modalidade que desde Los Angeles-1984 vem trazendo medalhas para o Brasil. As maiores esperanças na modalidade, entretanto, eram Mayra Aguiar, Rafaela Silva e Bia Souza. Mas Willian Lima, prata nos 66kg masculino, e Larissa Pimenta, bronze nos 52kg, foram os primeiros a colocar os quimonos brasileiros no pódio em Paris-2024.
Apesar de não estar cotado entre os grandes favoritos de sua categoria, Willian Lima era sim um candidato à surpresa. Ele foi campeão mundial júnior de 2019 e é um dos principais nomes da nova geração do judô brasileiro. Além disso, é bicampeão pan-americano da categoria até 66kg e tem sete medalhas no circuito internacional no seu currículo. Apesar disso, na hora do vamos ver, não conseguia ir além das oitavas de final. Nos três Campeonatos Mundiais deste ciclo olímpico, não passou das oitavas de final.
Willian Lima, entretanto, cresceu no final deste ciclo olímpico, com o ouro no Grand Prix da Croácia em 2023 além de três medalhas de bronze em torneios Grand Slam nos últimos dois anos. A ascensão dele culminou com a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Paris-2024.
A situação de Larissa Pimenta era parecida com a de Willian Lima. Medalhista de bronze no Mundial Júnior de 2019, ela disputou em Paris-2024 a sua segunda Olimpíada, após parar nas oitavas de final em Tóquio-2020, derrotada pela campeã Abe Uta. A japonesa, dessa vez, foi eliminada na estreia e abriu a chave. A brasileira, que vinha se consolidando na categoria com três títulos continentais, além do ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023, tinha como melhores resultados em Mundiais dois sétimos lugares.
Nas previsões dos especialistas, Larissa Pimenta estava atrás das principais favoritas, mas em um bom dia podia surpreender e parar no pódio dos Jogos Olímpicos. E ontem foi o bom dia pelo qual ela tanto esperou!