
A noite brasileira foi um misto de emoções no UFC 317 neste último sábado.
Após celebrar a manutenção do título de Alexandre Pantoja no peso mosca, único cinturão do Brasil ainda em vigor na organização, os brasileiros acabaram sofrendo com um de seus maiores ídolos da atualidade, Charles do Bronxs.
O brasileiro encarou o georgiano naturalizado espanhol, Ilia Topuria na luta principal do UFC 317, disputado em Las Vegas e que valeu pelo título peso leve, que estava em jogo após o russo Islam Makhachev deixar o cinturão para tentar conquistar o título do peso meio médio da organização.
Mesmo a favor da previsão dos apostadores que chegaram a apostar quatro vezes contra o lutador paulista, Topuria conseguiu de forma impressionante, cumprir suas promessas.
Ao prometer nocautear o brasileiro no primeiro round após pedir desculpas ao mesmo na última encarada antes da luta em uma espécie de “premonição” do que iria realizar, Ilia precisou de menos de três minutos para executar sua estratégia.
Topuria iniciou com trocação firme, usando jabs e low kicks para estabelecer distância e ritmo. Oliveira tentou responder com um jab pesado e buscou queda imediatamente, mas Topuria demonstrou excelente defesa de wrestling, defendendo a tentativa de queda e invertendo a posição com golpes no solo no chamado “ground and pound” com socos na guarda.
Após sobreviver aos primeiros momentos, Topuria encurtou a distância com precisão de boxe: um cruzado de direita explosivo que abalou Charles, seguido por um gancho de esquerda preciso e potente que o nocauteou. A sincronia desses golpes evidenciou sua precisão, potência e leitura de tempo em pé.
Ilia completou o trabalho com um soco adicional no rosto do adversário antes do árbitro interromper o combate sem chance de recuperação.
Com técnica refinada, poder devastador e domínio em todas as fases do combate, Ilia Topuria não só conquistou o cinturão dos leves com autoridade, como também confirmou seu lugar entre os maiores talentos da história do MMA e tornou-se o décimo atleta da história do UFC a conquistar cinturões em categorias diferentes, mantendo-se invicto no esporte com 17 vitórias seguidas com três nocautes seguidos sobre ex-campeões (Volkanovski, Holloway e agora Oliveira) solidificando sua habilidade letal na luta em pé, principalmente usando suas técnicas de boxe.

Pantoja dominador – O brasileiro Alexandre Pantoja continua sendo o rei do peso mosca no UFC.
Desde o início da luta, Pantoja usou sua força no chão e controle para estabelecer domínio sobre o adversário que aparentava não oferecer resistência.
No round inicial, passou quase cinco minutos em domínio sobre Kara‑France, com tentativas de finalização mas sem conseguir finalizar.
O neozelandês reagiu melhor no segundo assalto, mas ainda assim teve dificuldade em neutralizar a pressão do campeão.
O desfecho veio no terceiro round, quando Pantoja iniciou com pressão de trocação para encurralar o oponente na grade, após uma queda, rapidamente ir para as costas do rival.
Logo em seguida, consolidou a posição com um triângulo nas costas e finalizou com um justo mata leão. Kai resistiu por alguns segundos, mas teve que desistir do combate.
Com essa vitória, Pantoja alcança sua quarta defesa consecutiva de cinturão, consolidando-se como um dos recordistas da divisão. Ele agora detém o maior número de vitórias (14), na história do peso‑mosca do UFC.
Após o triunfo, o brasileiro protagonizou uma tensa encarada com Joshua Van que venceu Brandon Royval no mesmo evento e desponta como provável próximo desafiante.
