
O blog conversou com o brasileiro Kleber Koike, que disputa o cinturão inaugural do KSW, um dos maiores eventos de MMA da Europa.
O combate contra o polonês Artur Sowinski pode ser a consagração para o brasileiro que já é campeão do evento asiático Rebel FC após vencer o americano Miguel Torres.
Porém apenas um cinturão não é o bastante para Kleber que antes de se tornar um lutador profissional, imigrou para o Japão, aonde vive atualmente.
Através de aulas e treinos, o atleta mira vencer mais um desafio na carreira.
Kleber falou sobre as dificuldades do passado até o atual momento aonde o atleta pode se tornar o primeiro brasileiro a conquistar o cinturão da organização européia.
“Eu comecei no MMA, eu sempre fui muito briguento. Brigava muito na escola. Sempre assistia as lutas do PRIDE. Um dia eu queria fazer uma luta de MMA para saber do que eu sabia do que estava falando. Todo mundo quer falar de futebol mas muita gente não sabe o que é estar ali.
Eu nunca achei que eu iria me dar bem no MMA ou construir carreira. Mas como fui crescendo e conseguindo bons resultados acabei tendo apoio e as pessoas diziam que eu levava jeito.
Demorou muito tempo para eu levar a sério. Sempre competia Jiu Jitsu e só no fim do ano lutava MMA. Era muito pouco e só a 2 anos que falei que iria me dedicar. Só neste ano, que eu lutei fora que realmente levei a sério isso. Eu nunca achei que poderia ganhar de ninguém mas hoje levo isso tudo a sério e treino muito duro, para mim era mais lazer mas hoje é profissão e eu quero ganhar o mundo.
Eu vim a trabalho no Japão. Para fazer aquela vida de dekassegui. Juntar um dinheiro para comprar uma casa par minha família.
Já trabalhei em fábrica. Sei como é difícil essa vida e ainda treinar. Passei muito perrengue e muita necessidade por causa do esporte.
Quem me ajudou muito e ainda me ajuda são meus professores. o Marcos Souza, Roberto Satoshi, que me acolheram e não me deixaram desistir. Já trabalhei de babá de cachorro e até de lixeiro e não tenho vergonha de dizer isso.
Eu fui conquistando meu espaço. Muitas vezes já fecharam a porta na minha cara. Por ser estrangeiro, e lutei contra a discriminação. Tenho muitos japoneses que me ajudam mesmo com discriminação.
Mas meu maior sonho é ver meus pais e minha família terem orgulho de mim como um lutador e eu poder ajudar eles. É pelos meus sonhos que eu luto. Vocês ainda vão falar muito meu nome.” contou o brasileiro.
Almejando o cinturão do KSW, Kleber sabe do que espera pela frente, e mantém o respeito ao adversário.

“Eu sempre quis o cinturão. Era difícil eu me vender porque eu tinha tanta luta e vitórias mas as pessoas me questionavam porque não tinha um cinturão. Mas quando ganhei o cinturão do Rebel, aí as pessoas começaram a me valorizar.
Essa luta com o Artur era para acontecer faz tempo. Mas vai ser um coisa bacana e uma grande oportunidade e estou abraçando com os dois braços.
Vou pegar um cara muito duro. É muito experiente e completo. Um oportunista. Mas é um cara que respeito e fiz minha melhor preparação. Estou fazendo minha quarta luta este ano e acredito que isso pode fazer diferença porque está a um bom tempo sem lutar.
https://www.youtube.com/watch?v=TzXOJhKO3jU
Antes de ver as qualidades dele, eu tenho que ver as minhas. Confio no meu trabalho, vou dar o meu melhor. Pode ser qualquer um que vou cair para dentro e meu coração vai falar mais alto e a vitória vai ser minha.
Ganhando esse cinturão vai mudar minha vida. Deus está me dando essa oportunidade. Quero me tornar um cara conhecido apenas para que as pessoas conhecerem meu trabalho sem soberba. Para dar orgulho a minha família e dar um retorno a quem tem me apoiado.
Eu achava que não era capaz mas hoje eu sei que sou capaz. Vou para cima dele.” prometeu o brasileiro.