O blog dá continuidade a série especial com os promotores de eventos nacionais do MMA Nacional.

O segundo entrevistado é André Ferraro, CEO do evento paulista Circuito Talent de MMA que hoje é um dos principais eventos do país.

Com grande crescimento nestes últimos dois anos, o Circuito Talent conseguiu vencer as barreiras estaduais e já realizou edições no Paraná e tem planos para atingir outros estados do país.

Respondendo uma série de perguntas formuladas pelo blog, igual a todos os participantes da série, Ferraro colocou sua opinião acerca de assuntos importantes para o esporte no Brasil.

Veja na íntegra a entrevista:

Como você enxerga o cenário do MMA nacional hoje?

Fraco. Bem fraco! Vários fatores me levam a concluir dessa forma. Eventos bons que acabaram ou diminuiram edições.

Também houveram problemas com documentação que fizeram a cancelamento ou adiamento de eventos, além de falta de patrocínio, falta de apoio do poder público e até interesse da mídia não especializada. Para piorar, em muitos casos referentes a patrocínio ou apoio público, foi impossibilitado sobre a argumentação de Copa do Mundo e Eleições. Espero melhoras para 2015.

Hoje temos muitas Comissões, Federações, o que pode ser feito para tentar diminuir e acabar com o amadorismo no esporte?

Essas federações e confederações pouco fazem ou nada fazem pelo MMA. Na realidade o foco delas se divide em simples vontade de exposição por parte dos seus líderes e/ou angariar fundos para fins ainda não explicados.

Como você enxerga a TV aberta no MMA? Como ela poderia ajudar a desenvolver e divulgar o esporte?

Para qualquer esporte a TV aberta é algo importantíssimo, por mais que a audiência da TV venha baixando ano a ano, não há como negar a importância da TV aberta para o fomento do MMA nacional. Porém a TV aberta deveria estudar melhor os eventos nacionais antes de fechar com pseudo eventos internacionais.

Temos muitos atletas que lutam muitas vezes seguidas, porque não conseguem bolsas suficientes para pagar as contas. Pelo lado do promotor, o que o evento pode ajudar nesta parte?

Em nada! O evento já tem inúmeros fatores a se preocupar como alvarás / documentações, qualidade de recepção aos atletas, pagamento das bolsas, captação de patrocínio, apoio do poder público, busca de público através de divulgação.
A matemática da bolsa é simples, atleta que dá retorno financeiro ganha mais. Atleta que não dá retorno deve ganhar menos.

Por que você acha que o Floyd (Maywheather – lutador de boxe) é o atleta mais bem pago do mundo? São negócios. Sem dar retorno financeiro ao evento e patrocinadores não há como o atleta receber por isso. A bolsa sobe quando o público quer ver aquele atleta lutar. Atleta sem público não vai ter muitos ganhos financeiros mesmo.

Como o MMA poderia ser atraente para o mercado publicitário?

Ótima questão. Acho que falta profissionalismo suficiente por parte dos eventos com relação ao trabalho comercial para que chegue aos grandes anunciantes os números de audiência, perfil de público e alcance do MMA nacional.

Criar um sindicato de atletas seria viável?

Para ter sindicato, antes é necessário regulamentar a profissão de atleta de MMA. Depois da regulamentação, aí faz sentido sindicato.