Marcelo Guimarães conta as dificuldades de sua carreira e luta contra coreano no UFC: Querem essa luta de qualquer jeito!

Lutador quer dar seu melhor em combate no Japão - Arquivo Pessoal

Em uma entrevista exclusiva para o Planeta Octógono, o lutador do UFC, Marcelo Guimarães, que enfrenta o coreano Hyun Gym Lim, na próxima edição do Ultimate no Japão, conta um pouco mais sobre sua história no MMA.

Além disso, numa conversa bem franca, o lutador revela as dificuldades que enfrentou e os problemas que ainda existem no meio do MMA, além de citar as dificuldades de manter seus treinos em sua terra natal.

O lutador manda um recado contundente para os lutadores, e revela um desejo de chegar longe no MMA com seu próprio esforço.

Marcelo também fala sobre como será seu próximo desafio, lutando no UFC no Japão e acredita que apesar das dificuldades voltará com a vitória para o Brasil.

Planeta Octógono – Marcelo, se puder conte nos um pouco de sua carreira no MMA…
Marcelo Guimarães – Fiz minha primeira luta em 2004, depois fiz a 2 em 2006. dai fiquei 4 anos sem lutar, me dediquei ao Jiu Jitsu e Wrestling.
Em 2010 fiz minha terceira luta, fui roubado e deram empate nesta luta. logo depois, 15 exatos dias fiz minha estreia no Jungle Fight onde foi o tira teima deste combate que deram empate e venci na decisão unânime.
Depois fiz mais 5 lutas no Jungle, venci as 5 e me tornei o campeão ate 84 kg do evento. Isso me abriu a porta do UFC onde fiz a minha estreia dia 11 de julho de 2012 e venci.
Planeta Octógono – Como você conheceu o esporte? Sofreu preconceito quando decidiu se tornar um lutador profissional?
Marcelo Guimarães – Me formei em educação física em 2007. Mas sempre bisquei ser um atleta profissional. Moro no ES e aqui as pessoas tem uma mentalidade bem atrasada em relação ao MMA.
Não consideram isso como um trabalho e perguntam: Você só luta ou trabalha também?
Planeta Octógono – Você é um dos lutadores que se destacou no Jungle Fight, e após isto foi para o UFC. Como você se sente em representar o evento brasileiro no Ultimate, e que importância isto tem para você?
Marcelo Guimarães – Me sinto vitorioso e orgulhoso de mim mesmo. Muitas pessoas me ajudaram a estar aqui, mas só eu sei o quanto eu sofri, o quanto engoli e engulo sapo.
Todos só veem o Marcelo lá lutando, treinando, mas a dor, o sofrimento, os bastidores só eu e minha família mesmo para saber.
Planeta Octógono – Como você se sente em representar o Espírito Santo no UFC, já que você e o Erick Silva, são os maiores representantes do estado no Ultimate?
Marcelo Guimarães – Representar o ES é mole. Difícil é manter os treinamentos no ES. Aqui não tem muitos atletas profissionais. a maioria treina um tempo, para, feriado e fim de semana some, viaja e num nível tão elevado como o UFC é necessário que todos em sua volta sejam profissionais.
O Érick Silva meteu o pé daqui bem antes de entrar no UFC. Eu mantenho meus treinos aqui, torço para que os capixabas busquem o profissionalismo de verdade para que o nível do treino cresça sempre mais.
Planeta Octógono – Você estava escalado para o UFC na China, e acabou se machucando. Como você lidou com a lesão, naquele momento?
Marcelo Guimarães – Não sou um cara perfeito nem o melhor exemplo de vida, mas sempre coloquei Deus em primeiro lugar na minha vida e sei que se aconteceu a lesão foi porque tinha que acontecer.
Então eu busquei forças nele, superei a lesão, e agora estou pronto para dar o meu máximo novamente.
Planeta Octógono – O UFC te colocou para enfrentar o mesmo adversário, o coreano, Hyun Gym Lim, que é conhecido como o Jon Jones da Coréia do Sul. Tem alguma estratégia definida para o combate?
Marcelo Guimarães – Eles querem esta luta de qualquer jeito né? E a querem lá do outro lado do mundo… Então é para lá que eu vou representar a minha pátria, o meu time e a minha família. A minha estratégia é bater o peso, recuperar o peso, me proteger e atacar sempre buscando a vitória.
Planeta Octógono – Como você vê o cenário do MMA, com o crescimento do UFC no Brasil?

Marcelo Guimarães – Cresceu muito, mas como eu disse, aqui no ES caminha a passos curtos. Para você ter uma idéia, se você lança uma linha de roupas de MMA e pede numa bermuda personalizada 70 reais, os caras acham caro.

Preferem comprar uma bermuda de surf para treinar, não dão valor a se equipar, você vê atletas “profissionais” que não tem luva e caneleira, mas gastam com boate todo fim de semana o dobro do preço do material.

Planeta Octógono – Tem planos de lutar numa edição do Ultimate, quem sabe no futuro em seu estado natal?
Marcelo Guimarães – Acho impossível o UFC fazer uma edição aqui, mas ficaria muito feliz de lutar no brasil e não ter que viajar 30 horas como terei de fazer para chegar ao Japão.
Lutar aqui é bom, seus amigos podem ir com mais facilidade, você não se desgasta em voos e a torcida é toda sua.
Planeta Octógono – Que conselhos você daria para aqueles que estão começando no esporte?
Marcelo Guimarães – Se quer ser profissional, aja como tal. Se quer apenas estar no meio pelo status de lutador ou amigo de lutador, não atrapalhe o treino de verdadeiro profissional com conversas e brincadeiras durante as sessões de treino.
Se quer fazer pela atividade física e bem estar, faça, mas procure fazer algo em que você se comprometa de verdade, seja profissional em alguma área pois a vida vai te cobrar lá na frente.
Planeta Octógono – Será a primeira vez que você luta na Ásia. Como você espera lidar com o fuso horário japonês. Você acredita que isso pode atrapalhar sua fase final na preparação para a luta?
Marcelo Guimarães – Atrapalha e muito. tenho muita insônia normalmente. durante a dieta mal durmo. As vezes como e fujo da dieta para conseguir dormir e acabo não dormindo com o peso na consciência de ter escapado da dieta.
E sei que as 11 horas a mais do japão irão me desgastar muito, mas sou brasileiro e não vou desistir nunca! Depois de toda tempestade vem bonança.
Planeta Octógono – Se puder mande um recado para os leitores da Gazeta Esportiva.net e para os fãs de MMA do Planeta Octógono…
Marcelo Guimarães – Obrigado pelos que torcem por mim. Não sou o melhor lutador do mundo, longe de mim, mas quero ser reconhecido como um guerreiro que conquistou muito com os poucos recursos que teve somados com uma enorme vontade e uma imensa necessidade de vencer na vida. Sorte não é uma chance, é um esforço!

Conheça o lutador Marcelo Guimarães:

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