Para falar um pouco sobre este olhar para a intervenção profissional mediada pelo componente curricular Educação Física, vou me valar de uma frase atribuída ao “Mané Garrincha” quando da preparação da seleção brasileira em “jogadas ensaiadas” na Copa do Mundo de 1958, ele assim se manifestou: “Tá Legal senhor Feola …. o senhor já combinou isso com os russos?”

Por outro lado, quando de nossa participação em curso de formação profissional com o professor Jean Le Boulch (há muitos anos), aquele docente argumentava que a preparação em determinada experiência motora é diferente entre todas as pessoas. Não há como ensaiar os movimentos possíveis, apenas contar com a solução dada, individualmente, pela pessoa frente ao problema encontrado.

Estas duas colocações servem para o encaminhamento da intervenção profissional docente com seus alunos, especialmente nas aulas do componente curricular Educação Física. O que nos cabe é, essencialmente, oferecer oportunidades para solução de problemas que colocamos aos nossos alunos. Dificultar as respostas mais imediatas que eles encontrarem e assim sucessivamente.

Esta proposta, que desenvolvemos em um grupo de senhores com idade superior a 50 anos, fez surgir uma colocação de um deles frente à essa forma de provocar a solução motora por parte deles: “ professor, quando a gente decora a resposta o senhor sempre muda a pergunta, assim temos que ser criativos sempre, é isso? ”

Traduzindo esta proposta para a matemática: é muito simples perguntar o resultado de 2 mais 2. A criatividade está em perguntar como posso construir o resultado 4, ou qualquer outro, utilizando os diferentes recursos da matemática. Em termos corporais, como posso me fazer valer dos meus recursos para superar um problema motor que me foi proposto?

Basta lembrar das diferentes soluções humanas encontradas para o salto em altura até atingirmos o salto “Fosbury Flop”.