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COMPORTAMENTO DESAFIANTE OPOSITOR

 Vivemos numa época em que atitudes desafiadoras estão aí diante de nós, e dentro de nós mesmos sem que muitas vezes nos demos conta disso. Necessário se faz uma reflexão mais profunda de como lidar com essas emoções, sentimentos e acontecimentos que a miúde se interpõem em nosso caminhar pedagógico.

Também naquela criança que ainda está desabrochando como uma flor de infinitos matizes, como uma pedra preciosa bruta a ser lapidada para que possa refletir sua luz interna, esse comportamento desafiador se manifesta de forma tão contundente que nos deixa surpresos e inseguros em nossas ações, fazendo-nos esquecer de tudo o que aprendemos sobre desenvolvimento infantil.

Como lidar com esse comportamento? É nesses momentos que costumamos focar mais nas falhas do que nas qualidades de nossos educandos. Esse é um vício que carregamos e que dificilmente nos permite enxergar que devemos focar mais nas no encorajamento do positivo que pode ocorrer, do que na crítica do que está acontecendo.[1]

Como começar a praticar essa nova mentalidade em casa ou na sala de aula? Dra. Waters recomenda: “simplesmente observe uma qualidade por semana na criança e converse com ela sobre isso. Quando os desafios surgirem, você notará a sua naturalidade em ajustar a sua mentalidade, e em vez de consertar a criança, você irá focar nas qualidades dela.” [2]

A Disciplina Positiva é a disciplina do encorajamento: jamais nos deixemos levar pelo desânimo quando nos depararmos com esses comportamentos que nos “tiram do sério”. Lembremos que precisamos ter uma busca ativa e fazer diferente do que estamos acostumados. Pensemos no que essa criança que nos desafia está sentindo naquele momento, no que ela está querendo nos dizer com aquele comportamento, estará entediada? , irritada? ansiosa? ou revoltada com algo que aconteceu ou com nosso comportamento acusador? (lembre-se que criança sente o que sentimos, não adianta disfarçar), ou simplesmente está focada em querer fazer algo diferente do que estamos propondo, pois aquilo não lhe está motivando…

Converse com ela, pergunte o que ela nos propõe: “o que você acha que poderíamos fazer agora para melhorar essa nossa brincadeira, esse nosso estudo, essa nossa atividade?”. “Sei que você é capaz de escolher alguma coisa diferente, para fazermos agora” “Se você fosse capaz de criar alguma coisa melhor agora, o que faria? Sei que você é capaz de descobrir… tente encontrar…” (perguntas desafiadoras que agora propomos a ela que está nos desafiando….).

Outro aspecto importante é o de procurar dar um tempo para a criança se  acalmar _ (e talvez nós também)_ antes de encontrar uma solução para resolver algum problema que a está desafiando. Essa é uma habilidade valiosa para focarmos no positivo das soluções, pois em momentos de tranquilidade e silêncio mais facilmente conseguimos nos organizar interiormente permitindo que nossa mente faça emergir as ideias com maior clareza, tornando-nos capazes de nos situar nesses momentos que nos desafiam, focando em algo mais positivo, diminuindo assim a fúria dessas atitudes desafiadoras.

[1] Agir de maneira positiva é encorajador. O Dr. Rudolf  Dreikurs dizia: “as crianças precisam de encorajamento, assim como as plantas precisam de água”.

[2] Dra. Lea Waters, professora de psicologia positiva da Universidade de Melbourne

Texto de autoria da pedagoga Ignez De Nardi

Daniel Carreira Filho

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