Seu filho ou filha vai à escola. Obviamente, a família tem expectativas de ver todas as potencialidades da criança, adolescente e jovem adulto sendo alvo de desenvolvimento condizente, efetivamente facilitador de sua inserção na sociedade e que os torne em seres socialmente responsáveis.
Para tal, são oferecidas diferentes oportunidades para o aprendizado considerando, não exclusivamente, as distintas áreas do conhecimento necessárias à sua formação. No início de cada ano letivo os pais buscam conquistar todos os recursos para o aprendizado de seus filhos. Para cada componente curricular terão que adquirir livros didáticos, paradidáticos, farto material escolar para que seja possível a individualização do acesso ao conhecimento.
Certamente, nenhum pai aceita que seus filhos não recebam a atenção ao seu aprendizado. Agora, imagine se, em uma sala de aula com, no mínimo 30 pessoas, tivéssemos apenas um livro, um caderno e um instrumento de escrita (lápis, caneta, gizão de cera). Obviamente, as possibilidades do aprender estariam severamente comprometidas.
Outro ponto, seus filhos podem não gostar de um ou outro componente curricular e, por deliberação docente, poderiam ficar fora da aula ou apenas observando aos demais. Certamente esta atitude não seria aceita.
Então, qual a razão de para o componente curricular Educação Física haver apenas um material para uso de todos os 30 alunos? Qual a razão de haver dispensa injustificada e perene de alunos? Qual a justificativa, plausível, para que crianças, adolescentes e jovens adultos não participem, efetiva e afetivamente, dos momentos de aprendizagem? A aula em sala ocupa a todos por todo o tempo e na quadra, qual a razão de existir plateia? Qual a razão de serem separados meninas dos meninos quando em sala de aula esse critério não é observado? Qual a razão de, em sala de aula, os mais habilidosos com um componente curricular são conclamados para auxiliar os que apresentam dificuldades e, na Educação Física, a escolha de grupos se dá, exatamente, da forma oposta (ou você nunca viu a escolha pelos capitães – os mais hábeis – e os menos hábeis sempre sendo os últimos no processo de escolha e, até certo ponto, “doados” a outros grupos pelo capitão que, pela ordem, deveria ser escolhido)?
Tais fatos, infelizmente vividos, deveriam merecer nossa atenção, ou não?