Oportunidade para falar de Jogos Olímpicos

Com o advento de mais um JOGOS OLÍMPICOS DA ERA MODERNA, desejamos dialogar sobre a distinção entre o ESPORTE E A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR, nos fazendo valer de uma das provas do Atletismo como um exemplo.

Trata-se do salto em altura que, ao longo do tempo demonstrou a diversidade na forma de sua realização. Passamos do SALTO TESOURA, para o SALTO ROLO VENTRAL e estamos convivendo com o SALTO FOSBURY FLOP.

Inicialmente tínhamos o salto tesoura, o mais simples de ser realizado, mas não conquistava atingir grandes alturas pelos atletas.

A seguir tivemos o salto rolo ventral, que ampliou as possibilidades permitindo atingir novos limites.

Por último, até o momento, temos o que foi criado por Dick Fosbury e utilizado por ele nos jogos de 1968. O Fosbury Flop, como é chamado é utilizado nos últimos tempos com resultados ainda maiores. O salto é realizado de costas para o sarrafo.

Por muitos anos o esporte foi encaminhado para as escolas com o mesmo referencial utilizado nas competições de alto nível, metodologia que, por si só, se torna imprópria quando devemos atender às características individuais de todas as crianças e adolescentes que participam da Educação.

SARRAFO PADRÃO COMPETITIVO

Como demonstrado na imagem anterior, o sarrafo do salto é colocado em uma altura única, obviamente, para ser superado pelos praticantes. No entanto, esta estratégia não se adequa à diversidade de pessoas que desejam aprender o movimento e, quem sabe, a ele se dedicar com o objetivo competitivo. No momento atual em que se discute amplamente a questão do respeito à diversidade, não apenas do ponto de vista das etnias, culturas, cor da pele, opções religiosas e ideologias, gostaria de provocar os/as leitores/as para
uma simples questão.

Se, de fato, estamos preocupados com a diversidade de potencialidades humanas e, neste caso específico, a da execução de um determinado movimento esportivo, parece-nos muito claro e evidente que o sarrafo para a aproximação de todos e todas e seu sucesso individual e coletivo deva ter seu posicionamento alterado para, enfim, permitir a aprendizagem, a
superação e, quem sabe a dedicação à prática em termos de performance.

Saímos da realização do ótimo (individual e possível de diferentes formas) para o máximo (como é exigido pelo esporte performance).

SARRAFO NO PADRÃO INCLUSIVO-PARTICIPATIVO

Nos cabe, enquanto professores, superar as imposições da esporte performance para oferecer oportunidades da prática ao maior contingente possível de pessoas, sem que se exija a transição para a competição em nível máximo (no caso o modelo de rendimento dos Jogos Olímpicos) como modelo idealizado.

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