Jovens alunos manifestam-se sobre a corporeidade (I)

Mulheres no esporte

Desde pequenos, meninos ganham bolas, skates e camisas de futebol. Já as meninas, bonecas e panelinhas. O mais esportivo que chegam os brinquedos é uma bicicleta e olhe lá! Será que isso não influencia na participação feminina no esporte? Será que isso não está ligado com machismo no mesmo?

As mulheres sendo vistas como um sexo inferior e ate privadas de certas atividades não é uma cultura exclusiva do nosso milênio. Já na Grécia antiga as mulheres não eram só privadas de participar dos jogos olímpicos, mas também eram proibidas de assistir, tendo como sentença a pena de morte. Ou seja, além da privação da sua participação política, as mulheres não podiam nem assistir aos jogos dedicados aos deuses que cultuavam. As únicas mulheres aceitas nos jogos eram as sacerdotisas, que tinham a função de trazer sorte aos jogadores e entregar as coroas de oliveira aos vencedores.

Há uma história de uma mulher que treinava seu filho para as olimpíadas da Grécia antiga. A população levava essa proibição tão a sério que a mulher tinha que se vestir de homem só para treinar filho.

A ausência feminina no esporte se manteve até depois das primeiras olimpíadas da Era moderna. Como um protesto, Stamata Revithi realizou a prova da maratona do lado de fora do estádio onde os homens competiam. Ela obteve um tempo melhor que certos homens, mas mesmo assim foi vaiada pela população.

Nos jogos Olímpicos de Paris (1900) houve participação feminina pela primeira vez. Apesar de terem sido em tênis e golfe, que por serem esporte sem contato físico, eram mais indicados mulheres.

A participação em todas as modalidades só ocorreu em Londres (2012). Onde as mulheres, apesar de ainda em menor quantidade tiveram chance de competir em todas.

Durante os jogos Olímpicos de 2016, no Brasil, diversas atitudes machistas chamaram a atenção dos telespectadores. Reportagens lançadas sobre as modalidades femininas tiveram como grande característica o realce de características físicas que não afetam no esporte, como sua beleza. Além disso, jornalistas e comentaristas usavam comentários como: “Ela é a versão feminina do Phelps”, referindo-se a boas nadadoras. Referiam-se também as mulheres como “a esposa de tal jogador”.

Essa cultura machista é extremamente prejudicial às competidoras. Ela realça uma mulher dependente de um homem, sempre usando seu nome como elogio ou o mostrando como figura mais importante.  Até quando essa diminuição do sexo feminino vai durar? Quando as mulheres serão emponderadas e reconhecidas pelo seu esforço?

Texto de Mariana Assumpção Ribeiro

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *