Ingredientes desafiadores

Sempre que nos deparamos com a dificuldade de expressar, apresentar e significar a Educação Física Escolar temos a contribuição do senso comum que conduz, de maneira rasa, as discussões com foco no Esporte, aquele institucionalizado e pautado pela performance midiática.

Apenas como provocação ao pensamento de nossos leitores faremos um exercício de projeção do  envolvimento possível de nossas crianças e adolescentes com a disciplina Educação Física, por vezes substituída, inadvertidamente, por “Física” (“vou para a aula de física”, ou você nunca ouvi assim falar?).

Considerando que:

nosso sistema de ensino conta com 9 anos no ensino fundamental e, 3 anos no ensino médio;

temos, por força de lei, 200 dias letivos anuais, o que nos remete a 20 semanas por semestre letivo;

uma turma de crianças ou adolescentes conta com duas aulas semanais na disciplina;

teríamos, ao final da formação desses alunos,

720 encontros de 50 minutos com alunos do ensino fundamental

240 encontros de 50 minutos com alunos do ensino médio

Um total de 960 encontros para propiciar o desenvolvimento das potencialidades de nossos alunos e alunas respeitando suas características, necessidades e interesses.

Se a lógica da oferta dos esportes fosse objetivo dessa disciplina e, considerando apenas os esportes olímpicos (34 no Rio 2016 – oficiais),  teríamos um total de 28 encontros para cada um deles.

Mas, o que dizer das atividades outras que estão na listagem de esportes em cada uma das culturas e que mereceriam ser objeto de apropriação por parte dos alunos/as? Dança, Peteca, Frescobol, Flag, Floorball e outras tantas.

Há que se considerar que entre os esportes olímpicos existem alguns que exigem espaços específicos e de difícil adequação ao ambiente escolar, tais como: Remo, Hipismo, Natação, Pólo aquático ……..

Talvez este exercício tenha determinado que as escolas contassem apenas com o quarteto hegemônico (basquete, volei, handebol, futsal) e limitado, severamente, as experiências de nossos alunos/as além de objetivar, apenas, as questões biológicas.

Pois então, e agora qual a política pública para a Educação que dê conta de responder à esta questão?

Daniel Carreira Filho

5 comentários

    1. Olá, Carlos
      As aulas de Educação Física estão presentes como componente curricular da Educação Básica Brasileira.
      No entanto, algumas escolas não inserem como tal.

    1. OLá, Carlos
      Você pode estar pensando no currículo para o ensino médio em função das propostas oficiais.
      O componente curricular Educação Física faz parte do núcleo comum. O que o aluno escolhe é a área de estudos com vistas à continuidade de seus estudos.
      Mas, o que estamos discutindo, também, é a participação do aluno enquando decisão sobre os conteúdos que desejaria vivenciar ao longo do ensino médio. Já realizamos tal proposta neste momento com o Ensino Médio onde atuamos.
      Não sei se respondi.

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