Recentemente a nossa fantástica jogadora de basquete, que carrega a homenagem perpétua em seu codinome atribuído por sua competência na modalidade, MAGIC PAULA, fez um conjunto de declarações e, em uma de suas falas afirmou que: “O esporte é visto como inimigo da educação.”
Compreendo a manifestação que, de certa forma, está condizente em uma minoria de casos e situações que podem contribuir com esta afirmação. No entanto, basta ler o documento Base Nacional Comum Curricular para constatar que, na visão presente neste documento para o componente curricular Educação Física, o Esporte, melhor pontuando, todas as manifestações culturais esportivas se encontram presentes. Portanto, a inimizade, se de fato houver, não se encontra na orientação da BNCC e sim em sua aplicabilidade em todos os territórios de formação escolar, desde a pré-escola.
Em outra passagem de sua fala faz comentários sobre as questões da indicação ou nomeação para cargos de relevância no cenário municipal, estadual e federal de pessoas que não contam com recursos para a aplicação, coerente e constante, dos pressupostos emanados da BNCC, para dizer o mínimo: que é um cara que não é nem do meio, que não entende, que não é capacitado, não estudou, não fez nada para estar naquele cargo.”
Apenas para oferecer nossa contribuição ao tema apresentamos a fala do Professor Doutor Antonio Boaventura da Silva, de 1976 na Câmara Federal, convidado pela COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS que, com outras palavras reportou a mesma e imutável realidade: “[…] falta de políticas públicas claras e objetivas para a Educação, e para o componente curricular Educação Física. Para termos novos e promissores atletas é preciso que a Educação Física Escolar tenha início o mais cedo possivel, quiçá aos dois anos de idade.
Esta fala do professor Boaventura e repetida pela nossa fantástica Paula ao afirmar que é necessário ter espaços respeitados e respeitosos para a prática das atividades esportivas e não permanecermos com apenas poucas possibilidades mantidas hegemonicamente até hoje.
Isto posto, temos que reafirmar o que Joelmir Betting disse, brilhantemente, “ O Brasil é o país que tem a medalha de lata enferrujada em termos de Educação e Esporte”. Até quando mais teremos que viver com tais incoerências?