É possível fazer diferente e propiciar avanços

Neste último bimestre letivo tivemos a oportunidade de questionar alunos e alunas do ensino médio integrado a curso técnico de uma instituição pública em São Paulo. Nossa proposta foi que meditassem sobre uma provocação cunhada pelo professor Walter Roberto Correia: ” Se  não houve educação física no ensino médio que diferença faria?”. Desejo, neste post, apresentar a manifestação de uma das alunas sobre as propostas que trabalhamos ao longo do ano. O texto a seguir traz inúmeros pontos para meditarmos sobre a possibilidade de construção diferenciada para o componente curricular Educação Física. Há a citação da “regra zero” que elucidaremos em outro post.

Essa abordagem nos proporcionou diversas descobertas: alunos descobriram em si próprios diversas habilidades e talentos, particularmente sempre me encanto com pessoas que trabalham em semáforos e são capazes de intrigar e chamar a atenção de todos os que os assistem, procurando um meio de complementar sua renda e muitas vezes tendo esse trabalho como sua única forma de sustento, não sabia que eu poderia praticar malabares; boa parte das propostas trazidas por meus colegas de classe no final do segundo bimestre me impressionaram da mesma forma; vi amigos(as) impressionados assim como eu, ouvi relatos de pessoas que evoluíram absurdamente em práticas como o vôlei e de como a “regra zero” e a contribuição de alunos mudaram a visão de nossos colegas sobre a matéria. Busquei acima de tudo, mudar meus hábitos que antes eram basicamente me reunir a pessoas que jogavam bem (no caso no vôlei, um esporte pelo qual sempre procuro participar/praticar), para –hoje- me reunir a pessoas que precisam de um incentivo, de uma ajuda e tem o interesse em aprender, porém sempre foram excluídas em suas antigas escolas por pessoas que tinham o mesmo pensamento que eu, jogar com os hábeis. Essa mudança de hábito foi muito boa para mim pois consegui enxergar a evolução dos indivíduos que se desafiaram a me aguentar, a se esforçar e a tentar, também fiquei imensamente feliz por ver essa evolução e ainda por cima receber o agradecimento dos envolvidos. Saber que consegui ajudar alguém a evoluir, consegui ajudar a diminuir –talvez até eliminar- o pensamento de aula/matéria excludente e a lei das práticas é extremamente gratificante. Descobri em mim, a felicitação que resultada em “ajudar o próximo, ajudar alguém”, essa foi uma grande descoberta e espero continuar conseguindo realizar e que me deixou/deixa contente e também faz com que meus colegas fiquem assim.

Este texto é de autoria da aluna Bruna Antunes da Silva do primeiro ano do ensino médio integrado ao curso técnico de logística do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, Campus São Paulo-Pirituba.

Um comentário

  1. Ótimo post.
    Estou incluída dentre essas pessoas.
    Consegui me conhecer,até mesmo ultrapassei aquilo que chamamos de limites.
    Se temos professores que fazem seu trabalho com dedicação, e nos mostram que somos capazes, aí a
    magia acontece.
    Neste ultimo bimestre, onde pude conhecer, um pouco desse desafio, mostrado pelo nosso ilustre mestre, assim como ele, fiquei muito feliz, e a certeza que o professor interagindo junto com seus alunos,faz todo diferença.
    Nestas aulas fomos muitas vezes desafiadas a nos conhecer, principalmente quando temos que exercer nossa capacidade de manter três bolinhas no ar.
    Agradeço por poder expressar tudo que aprendi nesses poucos meses de aula, foi e está sendo um aprendizado para mim.
    Os desafios são importantes, eu desafio a cada momento a minha capacidade de aprender.
    Isso só acontece quando encontramos pessoas, professores, que nos mostram que nem a idade e nem o tempo, nos impossibilitam de.aprender.
    Parabenizo a todos os docentes, pois sem eles essa magia jamais aconteceria.
    Trabalhar, interagir com os alunos…
    Isso não tem preço.
    Apenas benefícios, e quantos….
    Abraços.

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