A natureza na Escola pela Educação Física, um início

A Educação física sempre esteve do lado de fora, mais próxima da natureza que as demais disciplinas. A arquitetura escolar, com suas simetrias, seus quadriculamentos, seus panópticos, blinda os alunos, isolando-os da vida não-escolar. É lá fora que viverão quando bater o sinal e quando tiverem os diplomas na mãos. É junto às pessoas e à natureza que se tornarão responsáveis pelo mundo. É para lá dos muros da escola que viverão a maior de todas as aventuras. Tudo que viverem lá fora será incerto; vale lembrar que ninguém deu como certo que teríamos uma pandemia que nos afligiria por dois anos. É incerto e um risco atravessar a rua, como é incerto e arriscado assumir um emprego, casar-se, viajar, empreender, fazer esportes, dedicar-s à arte. A vida é incerta, é um risco. Passar a vida encerrado em uma escola, blindado contra todos os riscos é um perigo para quem vai viver fora da escola até o último de seus dias.

O texto acima é de autoria do professor João Batista Freire no prefácio que fez para o livro “APRENDENDO PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA NA EDUCAÇÃO FÍSICA: da escola à universidade” organizado pela professora Carla Ulasowicz e professor Francisco Finardi.

Há que meditarmos sobre o distanciamento provocado pelas propostas limitantes da natureza a que sujeitam-se todos nós.

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