A Educação Física Escolar: eleições e candidatos

Em todos os ciclos eleitorais, tanto no nível municipal quanto no estadual e federal, raramente é possível identificar candidatos apresentando propostas que atendam às especificidades de alguns componentes curriculares tais como: Educação Física, Artes, Filosofia, Sociologia entre outras.

As proposituras perpassam pela tentativa de ampliação da presença das crianças e adolescentes no seio da escola com a propalada “Escola em Tempo Integral”, como visto frequentemente neste novo ano de urnas. No entanto, a qualidade da oferta a estes alunos que permanecerão mais tempo nas escolas é algo que pouco se discute com profundidade. Como se permanecer nos bancos escolares por mais horas por dia fosse, por si só, contribuir de forma significativa para o melhor desenvolvimento das potencialidades de nossas crianças e adolescentes. Mais ainda, recentemente os componentes que acima apontamos foram considerados como descartáveis para o processo tido como de “qualidade da educação brasileira”.

A preocupação com a formação exclusivamente focada na língua portuguesa e na matemática, pessimamente avaliadas por sucessivos anos (digamos mais claramente, por desgovernos) desconsidera que o ser humano em formação é, também, carente de formação humanística, compreensão de sua inserção social, do estudo de sua origem e regionalidade, assim como desprovido da corporeidade. Assim como na disciplina de Artes buscou-se tratar de questões de artesanato, na educação física tagarelou-se sobre a saúde e o esporte competitivo elitista e, finalmente, a proposta da “Escola sem Partido”.

Em quem votaremos e elegeremos está o destino da Educação Brasileira, não apenas na escolha do Presidente e Governador. Estes pouco farão se as casas legislativas não estiverem igualmente imbuídas da premissa de que Educação é, de fato, o único caminho da transformação de uma sociedade que, nos últimos anos se demonstrou deteriorada pela sua própria proposta de formação. Podemos, e podemos muito, exigir dos candidatos posicionamentos claros para a Educação e não promessas sem qualquer fundamento e exequibilidade. A urna de outubro pode se transformar em um urna funerária da Educação se não escolhermos nossos representantes com atenção. Não?

Daniel Carreira Filho

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