Ginástica para bebês

O termo Ginástica para bebês pode soar como uma proposta de construção de uma academia específica para as crianças em tenra idade. Preferiria denominar de desafios motores infantis, mas a mídia já consolidou o nome e não é o fator determinante do que se pode realizar.

Sabemos que existem limitações naturais do processo de crescimento e desenvolvimento humano. No campo do controle corporal sabemos das duas leis da maturação que são facilmente observadas por todos nós. O processo de domínio corporal depende da mielinização do sistema nervoso (capa que envolve o feixe nervoso gradativamente, a mielina. Imagine um fio desencapado e energizado, a qualquer toque haverá um choque – em nosso sistema nervoso a ausência temporária dessa bainha determina a abrangência dos domínios corporais). Assim é que, primeiramente o bebê tem o domínio dos movimentos da cabeça, depois do tronco, posteriormente do quadril, pernas e pés. Assim como dos ombros, do ante-braço, braço, mãos e dedos (chamamos de leis da maturação céfalo-caudal – da cabeça para os pés e próximo-distal do centro para as extremidades).

O domínio do movimento corporal dependerá, também, do meio ambiente em que a criança estiver inserida. Se o ambiente for monocromático, sem obstáculos, sem desafios há a tendência de a criança ter maiores dificuldades com a apropriação do mundo que a cerca. Por exemplo, a criança for mantida em seu berço por longos períodos ou nos conhecidos “chiqueirinhos” e não lhe for possível transitar pela casa, certamente mais tardio será o processo do sentar-se, permanecer sentado, gatinhar, experimentar o equilíbrio bípede e caminhar. Quando a criança adquire o controle de permanecer sentado devemos colocar objetos coloridos, leves e maiores distantes dela de forma a provocar o seu movimento em busca deste objeto. A criança já engatinha, vamos então aos novos desafios, colocar objetos para ela ultrapassar (subir e descer de um travesseiro, por exemplo, em um solo protegido – tapetes ou cobertores).

Desafios constantes, um caminho para superar desafios, adquirir novas habilidades, relacionar-se como mundo e transformar e ser transformado pelas vivências.

Mas, que relação tem este conhecimento com a Educação Física Escolar? São os professores de Educação Física os mediadores com os pais ou responsáveis sobre estes conhecimentos.

Daniel Carreira Filho

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