
A atual diretoria do Corinthians virou as costas para as torcidas uniformizadas ao “elitizar” o treino aberto dessa sexta-feira última, na Neo Química Arena. Na ocasião também foi apresentado o badalado reforço para a sequência de temporada, Yuri Alberto, centroavante de apenas 22 anos, que estava na Rússia.
É uma questão de política, sem dúvida. O atual presidente, Duilio Monteiro Alves, tem um jeito bem diferente de administrar do que o “mito” Andrés Sanchez. Ou seja, para onde Duilio olha ele vê cifrões. Dá dinheiro? Conforme a resposta, executa ou não um plano.
Sanchez, ao contrário, sempre propôs bom relacionamento com torcidas. Chegou até a desfilar na Gaviões da Fiel em outros Carnavais. Aliás, sempre utilizou imagens da festa das arqibancadas para justificar ser o clube dono da maior torcida do Brasil, embora pesquisas apontem para o Flamengo quase sempre.
Duilio, na verdade, corre o risco de transformar o perfil do fanatismo alvinegro, principalmente aqueles frequentadores de estádios. Os ingressos na Neo Química estão pela hora da morte. O programa “Fiel Torcedor” cresceu depois da pandemia e a tendência parece ser para mais do que para menos.
Ou seja, quem quiser ver os ídolos de perto, deixa de ser “raiz” para virar “nutella” ou assiste o jogo pela TV ou aplicativo de Internet. E a festa? Bem, tendo como exemplo sexta-feira, o departamento de marketing está dando conta do recado. Quase 40 mil pessoas estiveram em Itaquera e, ao que se sabe, nenhum deles era “uniformizado”.
Essa mudança, ao longo do tempo, pode alterar o perfil do torcedor sim. O jargão de “maloqueiro e sofredor” está ameaçado desde da extinção dos saudosos e gloriosos tempos do Pacaembu. O São Paulo, com fama de time de elite, está na contramão desse processo. Jogos no Morumbi estão batendo recorde de público de forma recorrente. Com preços mais em conta e promoções interessantes.
O futuro, quase sempre, é uma projeção do presente. Diretoria alvinegra deveria refletir a respeito e pensar mil vezes antes de “boicotar” as Organizadas na “Casa do Povo”, agora na ainda distante Itaquera, localizada na periferia da cidade, com pouco acesso de vias de transporte.
E tenho dito!