Tragédia no Maracanã

Foto: CARL DE SOUZA / AFP

A Argentina sagrou-se campeã da Copa América ao derrotar o Brasil por 1 a 0, neste sábado à noite, no Maracanã. O gol saiu de uma falha do lateral esquerdo Lodi e quem saiu de campo como herói foi Di Maria, autor do gol. Um título surpreendente para os arquirrivais sul americanos. Resultado pode complicar a continuidade do técnico Tite no comando da seleção brasileira. Time se mostrou frágil e sem ânimo para reagir. Messi, aos 34 anos, finalmente conquistou um título pela seleção hermana. Jogadores ofereceram para o camisa 10 a glória conquistada. Maradona foi lembrado.

Neymar ajoelhou-se no gramado e chorou copiosamente. Até o técnico argentino o consolou. Gabriel Jesus lhe ofereceu o ombro amigo. Tite, depois de um tempo, também consolou o camisa 10 da Canarinho. Do outro lado, Messi era abraçado, carregado, beijado e endeusado pelos “hinchas”, aliás em grande número no Maracanã.

Neymar deu um caloroso abraço em Messi. Os dois, amigos fora de campo, choraram. O argentino de alegria. O brasileiro, de tristeza. Depois, cada um pegou o rumo próprio. O futuro de cada um, agora, segue o curso da Fortuna. Quem sabe a revanche não vira na Copa do Mundo do Qatar?

ERRO FATAL

Decisão entre as duas potências da América do Sul, não é para qualquer um. Ainda mais quando a rivalidade entra em campo. Ou seja, o pau comeu logo de cara. Jogadas duras, violentas de ambos os lados, deixando o futebol para segundo plano. Rasgaram o calção do Neymar e a meia de Lucas Paquetá. Na força e na malícia, os hermanos enquadram a equipe de Tite.

Em uma bola nas costas de Renan Lodi, Di Maria tocou por cobertura para fazer 1 a 0. Falhou o lateral esquerdo brasileiro. O lançamento foi de De Paul. Seleção sentiu o gol. Casemiro reclamou na cara dura de Lodi. Erro imperdoável. E agora? O quê fazer? Neymar estava bem marcado. Paquetá, nervoso, com as pegadas do adversário.

Argentinos tranquilos. Tocavam de um lado para o outro. Di Maria, livre de novo, arriscou de fora da área. Messi bem marcado. Mas o Di Maria? Messi do grande círculo, ameaçou. Brasil não incomodou o goleiro Emiliano Martinez. Nada de tabela, triangulações ou finalizações. Seleção irreconhecível e apresentando futebol medíocre.

FALTOU CORAÇÃO

Brasil não poderia dar um título Sul americano de bandeja para a Argentina. Era uma questão de honra. Ou esse time tinha brios, vergonha na cara ou era o fim de uma jornada para muitos dos jogadores e até para o atual treinador. Saiu Fred e entrou Firmino na etapa final.

Richarlison empatou, no entanto, estava em completo impedimento na origem da jogada. Na sequência, de novo Richarlison recebeu de Neymar e encheu o pé para ótima defesa do goleiro Martínez. Saiu Cebolinha e veio Vinícius Junior. Seleção voltou ligada, é verdade,  porém tinha dificuldades de articular-se e propor uma partida mais objetiva em termos ofensivos.

Argentinos “cozinhando o galo”. Gabigol e Emerson para queimar os cartuchos de Tite. Foram embora Lodi e Paquetá. Brasil estava totalmente bloqueado. Adversário abriu mão de jogar para conquistar uma glória inesperada. Escanteio de Neymar, Gabigol na sobra e Martinez espalmou. Na resposta, De Paul deixou Messi a cara de Ederson. Craque caiu sozinho. Fim de jogo. Festa Argentina em pleno Maracanã.

E tenho dito!