
Aquele 12 de julho de 1998 estava mesmo engasgado na garganta. O Brasil perdeu na final daquela Copa por 3 a 0 da França, no Stade de France, em Saint-Denis. Quis o destino, porém, que 17 anos depois viesse a vingança. A geração Neymar, fracassada na Copa 2014, ascendeu de vez a tocha da esperança e meteu 3 a 1 nos prepotentes francêses, de virada, fora o show de bola. Prevaleceu a criatividade, o talento do jogador brasileiro, sobre a rígida tática do futebol europeu.
O técnico Didier Deschamps deu o chamado nó tático em Dunga na etapa inicial. O técnico surpreendeu com uma França de ótimo toque de bola, ofensiva, tendo como diferenciais o jogo aéreo, a marcação sob pressão e um perigoso jogo aéreo para cima da dupla de área formada por Thiago e Miranda. O goleiro Jefferson praticou fez defesa sensacional logo de cara. Benzema testou cara a cara, no ângulo, obrigando o botafoguense a se esticar todo no ar, espalmando para escanteio. No entanto, nada pode fazer com a testada precisa do becão Varane, 1 a 0. Neymar, sempre cercado por três adversários, esteve omisso e apagado.
Elias (escalado de última hora) entrou e ditou o ritmo do meio-campo, ao lado de William. Quem encantou com boa movimentação de ataque foi Firmino. Arriscou um chute firme, de fora da área, com Mandanda, tocando para fora. O empate surgiu quando brilharam a habilidade e o improviso dos jogadores brasileiros. Oscar tabelou com Firmino e bateu para o fundo do gol francês com o biquinho da chuteira do pé esquerdo, 1 a 1.
O Brasil, na etapa final, voltou com a “faca nos dentes”. Elias recuperou a bola no meio-campo, tocou para Luís Gustavo que, por sua vez, deu a William. Esse viu Neymar livre, sem marcação, pela esquerda. O atacante não deixou por menos e fez o dele: 2 a 1. De brios feridos e empurrada pela torcida, a França se mandou. Benzema isolou a bola dentro da pequena área. Jefferson salvou a pátria nacional outra vez em batida de Schneiderlin.
Diante do sufoco, o contra-ataque foi a melhor opção brasileira. Mandanda evitou gol de Oscar, mas não de Luís Gustavo, em cobrança de escanteio, de cabeça, 3 a 1. Daí pra frente, várias substituições e a equipe do rabugento Dunga administrou a vantagem até o fim, com a malícia e a graça do velho e bom futebol brasileiro.
E tenho dito!