Grêmio vai ao STJD para anular cartões

(FOTO: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA)

O Grêmio de Foot-Ball Porto Alegrense ingressou com ação perante o Superior Tribunal de Justiça Desportiva-STJD, pedindo que sejam anulados dois cartões, sendo um CV aplicado a Kannemann e um CA dado a Marlon, no seu jogo com o Bragantino. A matéria que envolve o pedido do Grêmio é muito clara: as decisões de fato, mesmo havendo erros, tomadas pelos árbitros em campo são irreversíveis, imodificáveis. Apesar de ser assim, a Conmebol abriu as portas para a anarquia: primeiramente no caso da Expulsão de Dedé, quando jogava no Cruzeiro em um jogo da Copa Libertadores e, recentemente, na situação do CA aplicado a Plata, do Flamengo. Não é preciso dizer que tais decisões, revogando os indicados cartões, não respeitaram as regras do jogo.

Tendo sido assim, se a moda pegar, já já, a política acabará com o futebol. Também, já já, muitas partidas serão anuladas e, pior ainda, os resultados de algumas delas também poderão ser invertidos e, pois, o perdedor do campo será o vencedor no tapetão! Embarcará o STJD nessa maligna esteira, ainda que sendo o Órgão encarregado de preservar o princípio da legalidade, que é imprescindível no mundo civilizado? Fugirá, assim, o STJD de seu dever institucional? Espera-se que não, para todos os bens e bem de todos, em que pese, surpreendentemente, a Procuradoria do STJD, como foi anunciado, haver dado parecer favorável à pretensão do Grêmio. Mal presságio!

Espera-se que os auditores rejeitem o incrível parecer. De outro lado, é oportuno dizer que a questão dos erros de arbitragem precisa ser atacada com seriedade e competência pela CBF. Esta ação, porém, não frutificará com o simples afastamento dos árbitros, muito menos com o profissionalização da arbitragem, pois esta medida, isoladamente, pouco ou nada produzirá. Assim, ao lado da profissionalizar os árbitros, outras ações, quiçá mais importantes, serão indispensáveis. A mais importante delas é a separação da arbitragem com a política. Por igual, é indispensável traçar diretrizes técnicas harmonizadas com as regras do jogo; também e imediatamente, é necessário resgatar a autoridade dos árbitros, pois hoje todos eles mais se submetem ao arroubos dos jogadores e comissões técnicas, do que aplicam as regras; será, ademais, preciso formar e aperfeiçoar instrutores, principalmente para que falem linguagem harmônica e correta tecnicamente.

Quanto ao VAR, a providência mais urgente é a do cumprimento do objetivo do projeto, que, aliás, está previsto nos termos do correspondente protocolo: corrigir erros claros, óbvios. Este passo evitará que os árbitros de campo usem a tecnologia como bengala e posibilitará que os próprios VAR’s saibam claramente os limites de sua atuação. Tudo com ampla divulgação para o mundo do futebol. Encerrando e por consequência de tudo, é oportuno afirmar que o árbitro que se escora no VAR nem age bem, tampouco faz bem ao futebol.

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