Na rodada pela Série A, desse sábado, 26/10, houve erros e acertos para todo lado, inclusive de análises. No jogo Vitória X Fluminense, o primeiro pênalti marcado a favor do time marcado, e desmarcado com interferência do VAR, realmente aconteceu. É que, além de ter o domínio da bola e de estar à frente do defensor do Fluminense, o atacante do Vitória sofreu carga por trás e, para completar e afastar qualquer dúvida, teve seu pé direito chutado pelo defensor do Fluminense.
Já o segundo penal, mantido pelo VAR, não aconteceu de forma alguma. No lance, Mateuzinho projetou seu corpo, deixando de disputar a bola, contra o corpo do defensor do Flu. O árbitro e o VAR, portanto, deram uma no cravo e outra na ferradura, valendo indagar sobre se o VAR não teria fraquejado por conta do primeiro penal desmarcado, mas que claramente aconteceu, após fazer uma análise mais acurada do lance.
No jogo do Palmeiras contra o Fortaleza, os dois pênaltis marcados a favor do Palestra aconteceram de fato. No primeiro, Tite usou o braço para deslocar o atacante do Palmeiras, que estava à sua frente e com a bola dominada. Não se faz carga usando os braços. Essa história, aliás desvanecida neste lance, de que houve o empurrão, mas que não foi para tanto ou que o jogador valorizou, não existe. Empurrar, usando os braços, é falta. Afinal, havendo o desequilíbrio do jogador, aí estará a falta, pois o arbitro, salvo situações de indiscutível simulação, tem que analisar o fato, até por não ter um medidor de força ou potência. A não ser assim, dizer se foi ou não falta será um direito subjetivo do intérprete e, pior ainda, do árbitro, o que vem provocando uma verdadeira torre de Babel no mundo da arbitragem. Critérios pessoais e não das regras, seu espírito e da essência do futebol.
O pênalti de mão de Pikachu também ocorreu. Com efeito, embora o defensor estivesse com seus braços próximos do corpo, fez um giro exatamente para a bola bater em seu braço, o que aconteceu. Nem se diga que o jogador não distanciou os braços de seu corpo, até porque isto não era necessário. A pequena abertura dos braços de Pikachu, que estava em posição de bloqueio, ou seja, bem distante de onde a bola saiu, foi o suficiente para interceptar a bola e, por isso, a nosso ver, o penal se caracterizou e como mão deliberada. Os jogadores sabem enganar a arbitragem, assim como Marcos Moura, em lances bem parecidos, enganou a arbitragem em dois penais em 2023. Não é a distância dos braços em relação ao corpo que caracteriza ou não a infração, mas o movimento que o jogador realiza. Afinal, Pikachu não precisava abrir os braços, além do que fez, pois a bola vinha em direção próxima a seu corpo. Vide o penal marcado a favor do Vasco no jogo com o Atlético-MG pela Copa do Brasil. Naquele jogo, houve a inclinação do corpo, aqui o giro do corpo. Mas não foi só. É que, além de corretos tais penais, Richard Hills ainda foi agredido com um soco nas costas, e o VAR, inexplicavelmente, foi omisso.
No jogo Juventude X Flamengo, o penal marcado a favor do time da Gávea foi um grave erro da arbitragem, por desconsiderar quem provocou o contato. De fato, Gerson, igualmente ao que fez Mateuzinho do Vitória, no segundo penal marcado a favor do time baiano, projetou seu corpo contra o defensor do Juventude.
Para fechar os erros neste jogo, Bráulio Machado não soube distinguir uma ofensa de expressão própria a um desabafo, de frustração. Não bastasse, se o palavrão pronunciado por Nenê ofendeu Bráulio, o cartão haveria de ser vermelho direto. Apesar da clareza dos lances em que houve erros e acertos, ainda teve “gente grande” opinando sem respeitar as respectivas regras e principalmente a essência do Futebol.
É adequado, de outro lado, registrar que regra relacionada com o direito dado apenas aos capitães para falarem com o árbitro, como já dissemos em coluna anterior, está sendo interpretada e aplicada equivocadamente, pois nem os capitães podem reclamar, sobretudo acintosamente, tampouco os demais jogadores são obrigados a ficarem mudos. Falta bom senso e conhecimento para todo lado!
A arbitragem da CBF insiste em tropeçar, tropeçar e tropeçar, sem que haja uma postura minimamente de esclarecimento e de respeito ao futebol e seu público. A CBF e sua Comissão de Arbitragem se esquivam de vir a público, quiçá na esperança de que os erros de hoje sejam esquecidos pelo tempo ou substituídos pelos equívocos futuros. Transparência e ética é o que não há. Tenho dito.