Vez por outra aparecem expressões mágicas no futebol, quiça para justificar o injustificável. O denominado braço de referência é uma dessas inovadoras expressões, mas que não existem na regra do jogo, tampouco na boa técnica de interpretação.
Pelo que se tem notado, o denominado braço de referência seria aquele posto no corpo do adversário para saber onde ele se encontra, a fim de que o jogador que assim age possa se movimentar ou se posicionar com relação a um oponente.
Na imagem acima, do clássico São Paulo x Corinthians, em que o jogador Arboleda está à frente e com a posse da bola, precisaria botar o braço no rosto do adversario para ter noção de onde ele estaria? Seria isso normal, próprio do futebol? Se um jogador não colocar seu braço ou mão no corpo ou até no rosto do adversário não saberá onde ele se encontra?
Não, não é assim. Braço de referência não é coisa própria do futebol. No lance , a ação não apenas é faltosa como, no mínimo, deve ser punida com Cartão Amarelo. Para nós, porque o impulso do braço para trás foi claramente dissociado da forma natural para jogar a bola ou manter sua posse e porque houve efetivo risco de lesão, a punição correta seria Cartão Vermelho.
Esclareça-se que os contatos próprios do futebol são aqueles decorrentes das ações para jogar a bola, jamais para impedir o adversario de jogá-la ou de se movimentar. É bom ressalvar que uma coisa é colocar o braço no corpo de um adversario sem impulso e, pois, sem empurrar ou segurar o oponente, quando uma falta pode não existir, e outra, absolutamente diferente, é como no caso do vídeo, em que, além de haver impulso do braço, a possibilidade de dano físico foi elevada, porque o contato foi no rosto. Para finalisar, registramos que mesmo nas cargas, que são contatos físicos permitidos pela regra, quando dois jogadores estão disputando a posse da bola, os braços não podem ser usados.