
Não foi pra este, mas foi pra aquele; o destino, porém, é o mesmo – a Arábia Saudita. O fato é que, depois de emitir nota se desculpando com a imprensa pelo deslize da véspera, Carille, arrumou as malas e agradeceu ao Corinthians pelo trampolim de ouro que lhe permitiu mergulhar nas águas transmutadas em petrodólares do deserto.
Parte, deixando saudade à Fiel que se rejubilou com o bi paulista e o Brasileirão do ano passado sob seu comando.
Saudade, sim, mas desespero pelo que aí vem, não. Pois, esse Corinthians está afinado no mesmo diapasão desde os tempos de Mano, sedimentado por Tite e colhido de bandeja por Carille, atento assistente dos dois: um time de certa forma modesto para os padrões do Timão, bem constituído na defesa e que sabe explorar os contragolpes com eficiência.
No contexto do atual futebol brasileiro, o suficiente para fazer boa figura e até mesmo disputar o título do torneio nacional. Ainda que quem pega o timão (com trocadilho) desse barco vitorioso até aqui seja o assistente do assistente que virou técnico: Loss, de excelente trabalho nas categorias de base. Deve, pois, seguir o mesmo curso, sem grandes atropelos.
Não espere, porém, A Fiel uma campanha similar à do primeiro turno do Brasileirão passado. Aquilo foi uma exceção das exceções.
NA LINHA DO GOL
Foi-se o nosso Alberto Dines, um dos maiores jornalistas deste país, sujeito de uma integridade absoluta, texto exemplar, dono de uma elegância singular consigo mesmo e no trato com as pessoas. Carioca, sempre ligado às origens de seu povo bíblico, lançava um olhar abrangente e ao mesmo tempo perfunctório sobre a sociedade brasileira, e, em especial sobre a imprensa tapuia, olhar expresso nas últimas décadas no seu Observatório da Imprensa. Tive a honra e o prazer de participar com ele da cobertura da Copa do Mundo de 82, pela revista Placar, o que só me deixou boas lembranças de uma experiência maravilhosa que terminou na Tragédia de Sarriá. Shalom!, amigo.
Mestre Helena, quem leu Illusions perdue do Balzac há de se lembrar de que o protagonista(Lucien Rubemprè) sai da província e, apesar de excelentes qualidades intelectuais, fracassa na Paris do século XIX como ocorre quase sempre com arrivistas. Lucien tinha inteligência e conhecimento intelectual, mas não falava bem o idioma da sociedade extremamente excludente à qual chegara. Num paralelo bem livre considero com preocupação a ida desse sr. Carille para um país do qual desconhece a cultura, o idioma e as regras sociais. Tomara que tenha mais sucesso na empreitada do que Lucien Rubempré teve, mas ele me parece ter dado passo muito largo para as pernas que tem. Rogo aos deuses( Allah principalmente) me provarem errado..
Saudações admiradas.
Ramses Roberto
Senhores; inda que destituído da verve literata do colega Ramsés, devo lembrar que caso a aventura do Sr Carille dê com os burros n’agua, o mesmo retornará à pátria amada com as burras molhadas mas cheias de petrodólares. Caso ficasse e sua sorte virasse no Corinthians, passasse a perder jogos, cargo e ficasse como outros errantes pelo mercado da bola; TODOS os agora reticentes senhores da razão diriam que ele perdeu o trem (ou a caravana) do destino.
Vá Carille e se voltar que seja para o Timão.
De qualquer forma; Obrigado!
Concordo. .Passar instruções através de um interprete não é a mesma coisa que falar diretamente olho no olho. Não sei qual o conhecimento que ele tem do futebol árabe, e a cultura (modo de vida e costumes) dos jogadores árabes são certamente muito diferentes. O que pode ser fator de motivação para um, pode não ser necessariamente para outro.
Alberto Helena Jr.
Antes de mais nada meus sentimentos a familia do jornalista por você citado, era um profissional sério, não clubista, ético, equilibrado, assim como você Alberto, como o Mauro Betting e mais alguns, o que é raro no jornalismo esportivo de hoje, mais entrando no asunto principal do post para todas torcidas, exceto a torcida gamba, ficou claro que a saída do Carrille se deu porque ele bate de frente, e com toda a razão, dos métodos impostos pelo atual presidente do time de itaquera, Carrille é sério, trabalhador, não é cara de “esquema” e tem personalidade, então desagrada e muito o famoso “cara de areia mijada”, o treinador não é pessoa que se preste a ser vaquinha de presépio e que seja de passar a mão na cabeça do mandatário maior do time de itaquera….preferiu dirigir um time que veio da 2ª divisão do campeonato árabe do que se submeter aos desmandos do atual reizinho de itaquera, que manda e desmanda lá pelos lados de itaquera, isto é, até a chegada dos homens da lava Jato aí vamos ver até aonde vai a valentia, irá com certeza até a porta do primeiro banheiro feminino que encontrar pela frente. Saudações palmeirenses.
Muito bom ler esses textos inteligentes e de linguagem sublime!…cada vez mais raro, num Brasil que insiste em andar para trás, seja na educação, ou nas demais áreas essenciais para termos uma país digno!
Parabéns!
Vi a foto do Carille chorando com a camisa sob os olhos na despedida do Corinthians. Me lembrei da história do cara que aos 30 anos casou com velha milionária de 79 anos a qual não tinha sequer um herdeiro. Poucos dias após o casamento, a velhota morreu de ataque cardíaco. No enterro, amigos da falecida, o viúvo e um seu amigo bem próximo. Ao ver o amigo, o viúvo se aproximou em prantos tapando o rosto com aos mãos. O amigo lhe consolou e falou para ele não ficar triste, que aquilo era coisa da vida e etc. e tal. O viúvo abraçado a ele falou ao seu ouvido: pô meu, você não percebe que estou chorando mais é de tanto dá risada de como sou um cara de sorte!
Comparada à tristeza do Carille só mesmo a depressão do Tite. Coitado. Em dois anos como técnico à frente da seleção segundo noticiado, em apenas 19 jogos embolsou por baixo a nada desprezível bagatela de R$ 25.000.000,00. Isso mesmo meu amigo que está agora abastecendo seu carro a R$ 5,00/l da gasolina. Vinte e cinco milhões de reais. Se dividirmos esse valor pelos jogos que comandou, Tite terá recebido a micharia de nada menos que um milhão duzentos e cinquenta mil reais após cada jogo. Imaginem se ele não ganha a copa. Vai morrer como o cara da história que contei acima. De dar risadas.
Gente por que tanto chororo? Quem saiu foi o Carille.O apito amigo ficou.