Nunca seis milhões de euros (cerca de 24 milhões de reais) foram jogados fora dessa forma. Essa quantia foi desperdiçada pela diretoria na compra do zagueiro Maicon junto ao Porto, de Portugal. Ele, tido como o grande reforço e também como a maior esperança tricolor na semifinal da Libertadores pôs tudo a perder. Foi expulso ao agredir, de maneira infantil e irresponsável, o atacante Borja, do Atlético Nacional, da Colômbia. Resultado: a partir daí, equipe são-paulina ficou desarticulada em campo e perdeu o primeiro jogo em pleno Morumbi por 2 a 0, exatamente dois gols de Borja.

Um desastre total. Tricolor, agora, precisa vencer por 3 a 0 para se classificar na partida de volta, em Medellin. Se marcar 2 a 0, leva jogo para decisão de pênaltis. Mas além do desfalque de Maicon (cumpre suspensão automática), Ganso e Kelvin provavelmente não consigam se recuperar de lesões musculares e até o técnico Patón Bauza pode nem mais estar no cargo. Se ofereceu na cara dura para dirigir a seleção argentina, com a demissão de Tata Martino.

Até a expulsão do zagueiro bilionário, o São Paulo mostrou um bom futebol. Pelo menos criou duas grandes oportunidades com Michel Bastos, uma em cada tempo. O goleiro Armani salvou a pátria. E foi só isso. Bauza sentiu a diferença técnica entre as equipes e tentou segurar o 0 a 0, deixando para apostar no tudo ou nada na Colômbia. Deu tudo errado. Até o hermano bobeou. Deveria ter recomposto a zaga com a entrada de Lugano. Preferiu optar por Hudson para fechar o meio-campo.

E bem em cima do setor de Maicon, totalmente desguarnecido, os colombianos deitaram e rolaram. Em duas jogadas trabalhadas, de pé para pé, toques rápidos, bola sobrou para Borja. Denis nada pode fazer. Vitória justa e incontestável do Atlético Nacional, bem mais próximo da final depois da desastrosa noite são-paulina.

E assim caminham o desperdício e a mediocridade…