Já estava na hora mesmo de o Palmeiras mudar de cara. Desde a chegada de Cuca, o clube perdeu o Paulistão, a Libertadores e basicamente atuava com uma equipe base deixada pelo técnico anterior, Marcelo Oliveira. Na estreia do Brasileirão, neste sábado, diante do Atlético PR, deitou logo uma goleada por 4 a 0, gols de Róger Guedes, Gabriel Jesus (2) e Thiago Martins, no Allianz Parque. O importante, porém, não foi o placar dilatado e sim a maneira como o time se distribuiu no gramado, na base do toque rápido e da velocidade, bem diferente de jornadas anteriores. Uma equipe leve e agradável de se ver.

Para começo de conversa, Cleiton Xavier desencantou. Não atuou 90 minutos (cedeu lugar para Moisés), mas deu conta do recado como meia esquerda. Esteve presente em quase todas jogadas de ataque como armador. Desde a saída de Valdivia faltava um jogador desse estilo pelo setor. A entrada de Tchê Tchê, ainda desentrosado (fez apenas um treinamento), criou uma ótima opção para o treinador: o lateral direito trocou de posição a toda hora com Jean, confundindo a marcação adversária. Zé Roberto e Arouca terão de rebolar atrás de vaga.

No ataque, então, a experiência de Barrios proporcionou a formação de uma dupla que vai dar o que falar. Róger Guedes e Gabriel Jesus podem se transformar na mão e na luva. Os dois, com idade de seleção olímpica, se movimentaram demais pela laterais e surgiram várias vezes sozinhos à frente do goleiro Weverton. Tanto assim que marcaram gols (o de Guedes tocou no pé do zagueiro Thiago Heleno antes de entrar).

Ou seja, o meio-campo e o ataque finalmente falam a mesma língua. Como o Furacão do Gordinho Valter não chutou uma bola ao gol de Fernando Prass, a análise da defesa fica para outro dia. Aliás, o técnico Paulo Autuori quase teve um infarto de tanto cobrar ação e reação dos jogadores rubro negros. A arbitragem, por sua vez, confundiu-se na aplicação das novas regras sem comprometer no resultado.

E tenho dito!