Para o são-paulino mal acostumado, quer dizer, ver a equipe sempre tomando iniciativa da partida, se impondo aos adversários e somando glórias, dando uma exibição de bom futebol, o empate de 1 a 1 contra o Red Bull, neste sábado, em Campinas, no Moisés Lucarelli, deve ter sido um choque. Primeiro, porque o time do técnico argentino Edegardo Bauza não passa de uma forte retranca, se preocupando muito mais em não perder do que ganhar. Segundo, faltam atletas de estilo, bom toque de bola principalmente no meio-campo.

O polêmico Ganso, para se ter uma ideia, transformou-se no “maestro” tricolor. Ano passado essa função coube, no começo da temporada a Kaká (hoje nos Estados Unidos) e encerrando 2015 a Michel Bastos. Em 2016, basicamente, o Mais Querido nas mãos do hermano será uma espécie de “Juventus” dos anos de 1970, quando o técnico era Milton Buzzeto, o inesquecível “Doutor Retranca”.

De um lado, admito, a equipe fica bem mais competitiva. Deverá tomar poucos gols, por exemplo. No entanto, viverá quase sempre de uma bola parada, como aconteceu no gol de Ganso, em escanteio cobrado por Michel Bastos. Camisa 10 subiu no primeiro pau e tirou fácil o goleiro da jogada. Mesmo diante de um adversário inferior tecnicamente, Bauza preferiu a cautela. Pisou em ovos o tempo todo e nem atreveu-se a ousar definir a contenda.

O Red ainda mandou uma bola no travessão do goleiro Denis. Depois, em jogada infantil de Lucão (agarrou atacante pela camisa dentro da pequena área), árbitro assinalou pênalti. O velho e bom Roger bateu e converteu. Com Muricy Ramalho, o time era meio a meio; hora atacava, hora defendia. Com o tal Osorio, só atacava e perdia jogos idiotas. Agora, irá se defender custe o que custar.

Pode dar certo? Pode. Porém, a grande chance de dar tudo errado também existe. Uma mudança da água para o vinho. O primeiro, mata a sede do corpo. O outro, a da alma.

Que dureza.

E tenho dito!